Slow living: a arte de viver bem e melhor, para nômades digitais

Slow life, uma filosofia da vida cotidiana que busca ampliar o nível de consciência das pessoas sobre viver uma vida mais desacelerada, com menos pressa, menos estresse, menos ansiedade, contudo, com propósito.

Por Simone Zolet, emprendedora

A filosofia slow living, ou "vida lenta", incentiva hábitos que equilibram e promovem saúde física, mental, emocional e espiritual, além de equilibrar e trazer leveza nas áreas da vida da pessoa (familiar, profissional, social, financeira). É um estilo de vida mais simples e descomplicado. Incentiva maior integração com a natureza, maior conexão e convívio sadio com as pessoas ao redor, exercitar-se, desfrutar do momento presente, descansar, alimentar-se de modo mais saudável, curtir o que faz em seu trabalho ou profissão, foco no propósito e no que realmente importa para si.

Tal filosofia parece ter tido início na Grécia antiga, com os estóicos. O estoicismo propunha que os homens vivessem em harmonia com a natureza - o que, para eles, significava viver em harmonia consigo próprios, com a humanidade e com o universo (natureza e cosmos). Para os estoicos, a felicidade era encontrada na dominação do homem ante suas paixões (considerada um vício da alma) em detrimento da razão. Hoje podemos pensar nesses vícios da alma como sendo o consumismo disfuncional tanto de objetos quanto o alimentar, o workaholismo, a ansiedade, a toxicomania, a vida apressada, a normose.

Mais recentemente, o termo slow living surgiu e se fortaleceu à partir do movimento slow no final dos anos 80 na Itália, como resposta do jornalista Carlo Petrini à invasão do fast food ou junk food naquele país. Ele fundou o movimento slow food (“slow food”), onde propôs um retorno aos valores tradicionais da gastronomia: uma alimentação consciente, sem pressa, ou seja, poder levar o nosso tempo para saborear os alimentos, além da preferência pelo consumo de alimentos pouco processados, orgânicos, produtos locais e sazonais e a sustentabilidade de todos os processos relacionados à nossa alimentação. A criação desse termo costuma ser atribuída ao jornalista e escritor canadense Carl Honoré, autor do livro In Praise of Slowness.

De um protesto por uma alimentação sem pressa e saudável, de reconexão com valores da familia, das amizades, do bem-estar e da saúde, resgata-se a filosofia grega da felicidade, do equilíbrio, da harmonia e o sentido de propósito da vida. Pois segundo o slow living, a chave para a felicidade e o bem-estar é priorizar hábitos que promovam o equilíbrio entre corpo, mente e espírito, e o desenvolvimento integral da pessoa em harmonia com a natureza.

Atualmente, podemos inclusive encontrar nos mais diversos continentes as slow cities, vilas ou cidades que promovem um estilo de vida desacelerado, com muitas zonas verdes integradas à cidade, praças e locais de convívio arborizadas e floridas, ambientes de alta qualidade, feiras e mercados com alimentos orgânicos cultivados e preparados localmente, moradias e construções sustentáveis. O objetivo é o de melhorar a qualidade de vida das pessoas que ali vivem e trabalham.

O objetivo central é criar um ambiente sereno e calmo onde se possa viver a vida ao máximo, sem necessidade do estresse, da ansiedade e da correria. As cidades envolvidas compartilham características comuns e o mesmo objetivo: criar um lugar onde se viva bem. Um dos objetivos é preservar o espírito de comunidade e partilhar conhecimentos tradicionais com as novas gerações para preservar o património cultural das regiões.

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O estilo de vida nômade digital é uma forma de viver com qualidade e bem-estar. A liberdade geográfica e a flexibilidade decorrente do trabalho online permite que você crie uma rotina que funcione, onde você possa aproveitar melhor o seu tempo, com liberdade para fazer o que ama, no local que seja mais funcional pra você, sem precisar passar pela rotina cansativa do trabalho tradicional, com longos períodos no trânsito para chegar ao trabalho, etc. Permite inclusive estar em grandes centros, sem vivenciar as loucuras dos grandes centros: com deslocamentos em horários de pico, meios de transporte lotados, restaurantes cheios em horário de maior fluxo de pessoas, etc.

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